2º Edição ABRIL MIRA FEST @ Alentejo Underground!

http://alentejounderground.wordpress.com/2013/05/08/abril-mira-fest-2a-edicao-5-e-6-de-abril-de-2013/

Se na sua primeira edição este festival viu toda a sua logística assim como a sua execução resolvidos em menos de dois meses, à segunda tentativa a atempada preocupação da organização em começar mais cedo a pensar o AMF 2013 reflectiu-se não só nos eventos que tiveram lugar à priori (nomeadamente as eliminatórias e final do Concurso de Bandas AMF) como em todo o espaço envolvente, palcos, bares, skate-park, som e demais estruturas que fizeram do AMF 2013 uma grande festa.

Dia 5 de Abril – 15 Horas

Inicia-se oficialmente o festival, com muita presença jovem junto ao skate-park, demonstração de skate comandada pelo Pro Nuno Relógio, tenda Monster Energy Drink a distribuir goodies pelos presentes e actuação no palco exterior dos Odemirenses Step To Infinity e Rock Never Ends.

Dia 5 de Abril – 21H30

Abrem-se as portas do Espaço Jovem em Odemira. Aos poucos forma-se uma plateia com cerca de 100 presentes. Sobem ao palco os BRUTE FORCE (umas das bandas vencedoras do concurso supracitado). Em trinta minutos abrem contundentemente o palco principal, com a competência e técnica que já lhes havia sido reconhecida por estas bandas. Destilam metal, death e laivos progressivos. Deixam o palco com a plateia já composta pelo dobro do que inicialmente se lhes apresentava.

Os Crossed Fire vêm do algarve, mais precisa e orgulhosamente de Faro. E porque no sul selvagem não há tempo para tangas, irrompem energicamente pelos temas de “It´s All About Chaos”. Metal poeirento e desértico, sem compromissos, com muita atitude e um grande par de cojõnes. Sim, porque isto não é música para meninos, e quem contacta com eles pela primeira vez leva uma escovadela daquelas à antiga com direito a queixo caído. Mosh Pit oficialmente aberto. Embrulha e siga para bingo!

Os Shadowshpere não são propriamente novatos nestas andanças. Nota-se. Proficiente Death Metal de escola Sueca directamente da Margem Sul. Formados por reconhecidos músicos da praça de peso nacional percorrem os seus vários registos com assinalável competência. O público gosta e responde mais fervorosamente nas filas da frente com muito headbanging e alguma, saudável, hostilidade física.

Johnie dos Simbiose está agora só aos comandos da voz da banda. A amálgama de peso incontido irrompe pelas colunas do Mirafest e a plateia, algo atónica, fica impropriamente surpreendida por mais uma distribuição de castanhada a preceito a cargo destes seniores do crust/punk/metal nacional. A conspícua muralha de som estranha-se e depois entranha-se e esta renovada abordagem com Johnie apoiado na voz pelos restantes elementos da banda revela-se bastante crua e coesa, o que só abona em favor dos lisboetas que em 40 minutos alternam clássicos com temas do mais recente “Economical Terrorism”.

A noite fecha em chave de ouro com os Switchtense. Gente da Moita, mas não querem cá associações com bois nem touradas nem nada dessa merda, já que até não concordam muito com essas lides. Concordam certamente com dar irrepreensíveis concertos por onde quer que passam. Metal impregnado de groove, atitude e verdadeiro gosto por pisar um palco. O sorriso nas suas faces não mente. Odemira agradece e movimenta-se de acordo com as instruções. Há músicas de “Confrontation of Souls” e “Switchtense” e há mais de 10 anos de carreira nas suas costas que dão a Hugo Santos e companhia atributos mais que justificáveis para fecharem da melhor forma a primeira noite do AMF 2013.

Mas calma que as Twisted Sisters ainda sobem ao palco para presentear quem permanece no recinto há mais de 6 horas com a sua mistura ecléctica de clássicos e boa disposição q.b.

 Dia 6 de Abril. 15 Horas

Os Re-Censurados já ai estão. Enquanto tratam do som falam com os presentes. Novos e velhos amigos em amena cavaqueira, numa tarde quente de Abril que não deixa espaço para muitas escolhas a não ser pedir uma cerveja fresca no bar exterior mais próximo. Mais uma exímia interpretação de vários clássicos dos incontornáveis Censurados. Não há momento para grandes reinvenções, só grandes malhas executadas a mil à hora com o humor e boa disposição que se lhes reconhece. E a próxima banda da tarde sechama-se Contra-Mão. Punk rock da vila de Odemira. Juventude cheia de motivação, e não fosse próprio da idade, em constante crescimento. Cada vez que os vemos há sempre algo de novo, seguem em contra mão e contra a estagnação.

No intervalo entre a actuação de ambas as bandas teve lugar o 2º Campeonato Regional de Skate, vencido pelo skater local Francisco Silva.

Dia 6 de Abril. 22 Horas

Os algarvios KON, a outra metade vencedora do Concurso de bandas, são quem primeiro dá a cara nesta segunda noite. Nota-se que a casa está bem composta, a superar a noite anterior. O energético sludge dos Lacobrigenses, impregnado de riffs viciosos, uma maciça muralha rítmica e uma voz com muita atitude rapidamente acorda os presentes, muitos deles ainda não totalmente refeitos da noite anterior.

Outra banda da casa, os Since Today, após interregno forçado de alguns meses, sobem ao palco para apresentar o novo vocalista Francisco Campos (Ex Ingrowing Nail). Logo na introdução se nota uma renovada atitude tanto no som como coesão da banda. A sua base hardcore permite inflexões para outras paragens sem que isso prejudique a sua identidade e a nova vocalização, mais experiente e adequada, suprime carências que se sentiam anteriormente. 6 temas em 25 minutos. Vendido!

Os Grankapo são, como a banda anterior, os únicos repetentes no cartaz. Com os temas “The Truth” ainda a provarem-se mais que suficientes para preencherem o set da banda de Lisboa, “Private Hell”, “Fell My Hate” ou “Life of Survival” intercalam perfeitamente com os mais antigos “Man Killing Man” ou “My Son”. Cada vez que se dirige ao público o vocalista Fuck tem dificuldade em recuperar o fôlego tal a entrega com que pisa o palco. Esta energia quase desmedida com que encaram cada actuação  com malhas a condizer, é uma das razões que faz dos Grankapo uma das principais bandas do movimento HC nacional. O hat-trick não seria desajustado!

Os Gazua ainda trazem consigo o mais recente “Transgressão”, o quarto álbum da banda que define mais um momento de crescimento e progressão dos lisboetas. São de facto únicos no modo como abordam o seu punk rock cantado em português, assente em melodias viciantes, uma estrutura rítmica ímpar e uma abordagem lírica cuidada alicerçada na experiência do vocalista João Corrosão. Gente daquela com créditos firmados e pouca necessidade para demais explicações. Boa música! Se as malhas do novo álbum vão aquecendo, são as mais antigas que levantam a voz ao público, que enche e bem o espaço do festival. Fazia tudo outra vez.

Só mais uma banda e a coisa está feita. São quase duas da manhã. Pouca sobriedade, no palco e fora dele.

Os Mata-Ratos arrumam a casa com mais uma amálgama de canções digna de registo. O público acompanha a instituição encabeçada por Miguel Newton que neste momento só já sabe destilar clássicos. Tantos que no final há sempre alguém pasmado que diz algo do tipo: “Epá, não cantaram a Xavier”. Não dá para tudo, e ainda bem. Porque há “Dança com a Merda”, “Gangue das Batinas” ou “Eu tenho um pobre” que dá, sim senhor, para pouco mais de uma hora incontida de emoções, suor e muita cerveja. Muito agradecido!

As Twisted Sisters ainda sobem ao palco para uma segunda dose mas problemas de som não lhes dão, infelizmente, mais que vinte minutos à frente da mesa de mistura. O bar mantém-se aberto, e assim o é até que a última alma se renda ao colchão. Pouco mais a dizer.

Algumas palavras…

Olá! Está tudo bem com vocês? Esperamos que sim. Foi há um mês atrás que realizou-se a 2ª edição do ABRIL MIRA FEST. Exactamente, o tempo passa mesmo muito depressa… Mas nós por aqui não estamos parados! Por estas semanas vamos estar totalmente empenhados a atingir um novo objectivo. Vai nos dar algum (muito) trabalho, mas sem esforço e dedicação não se consegue atingir os objectivos aos quais nos propomos alcançar. Ainda não podemos adiantar muitos pormenores, mas por agora qualquer evento ligado a música, a arte, aos desportos vão ficar “adormecidos”. Mas não esquecidos! Mais uma vez queremos agradecer a todos vocês o apoio e simpatia que nos têm dado ao longo destes últimos meses. OBRIGADO!

PS: Queremos partilhar com vocês um novo blog :

http://alentejounderground.wordpress.com

Passem por lá, vão ver que valerá a pena. ROCK ON!